quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Elfos Nyss!!


Ilustração feita para os amigos do Reduto do Bucaneiro retratando uma cena de luta entre um Nyss andarilho, personagem criado por Rafael Araújo, contra um grupo de Imperskoy Poliks, uma espécie de unidade de choque originarias de Khador, um reino imaginário presente no sistema de RPG chamado de Reinos de Ferro.
A proposta era retratar uma cena na qual um grupo de Imperskoy Poliks tentam imobilizar esse Nyss, mas esse resiste violentamente a investida.
O Nyss´s são uma raça presente no sistema Reinos de Ferro. São originários de uma região gélida e inóspita, norte de Immoren Ocidental. Segundo as palavras do amigo Rafael Araújo os Nyss são “Nômades, fortes, sobreviventes. Qualquer Nyss sabe que o mundo é difícil e para isso tem que estar preparados. Os filhos de Nyssor (antigo Deus Elfo) espera o dia do acerto de contas, enquanto isso, seus filhos lutam contra o flagelo, o frio e o avanço Khadorano. Definitivamente, ser um Nyss é um fardo arduamente pesado”.
Os Khadoranos ficam para uma ilustração futura, mas se a curiosidade bateu, espia na pagina do reduto!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Tattoo!!


A tatuagem, ou dermopigmentação, é uma das formas de modificação do corpo mais conhecidas e cultuadas do mundo e também uma das mais antigas e difundidas no planeta, tendo surgido em diversas regiões e em diversas culturas. Trata-se de um desenho permanente feito na pele humana que, através de uma aplicação subcutânea obtida através da introdução de pigmentos por agulhas, um procedimento doloroso e que durante muitos séculos foi completamente irreversível.

Existem muitas provas arqueológicas que afirmam que tatuagens foram feitas no Egito entre 4000 e 2000 a.C. e também por nativos da Polinésia, Filipinas, Indonésia e Nova Zelândia (maori),tatuavam-se em rituais ligados a religião.
O termo tatuagem tem sua origem em línguas polinésias (taitiano) na palavra tatau e supõe-se que todos os povos circunvizinhos ao Oceano Pacífico possuíam a tradição da tatuagem além das dos Mares do Sul. O pai da palavra "tattoo" que conhecemos atualmente foi o capitão James Cook, que escreveu em seu diário a palavra "tattow", que era o som feito durante a execução da tatuagem, em que se utilizavam ossos finos como agulhas e uma espécie de martelinho para introduzir a tinta na pele. Com a circulação dos marinheiros ingleses a tatuagem e a palavra Tattoo entraram em contato com diversas outras civilizações pelo mundo novamente. Porém o Governo da Inglaterra adotou a tatuagem como uma forma de identificação de criminosos em 1879, a partir daí a tatuagem ganhou uma conotação fora-da-lei no Ocidente.

No ano de 787, D.C., a igreja católica proibiu a tatuagem, pois era considera como uma pratica demoníaca, sendo tratada como vandalismo do próprio corpo, uma maneira de vilipendiar o templo do Espirito Santo.

No extremo oriente as tatuagens eram feitas usando farpas de bambos embebidas nos pigmentos que dariam cor ao desenho, em seguida introduzidas nas camadas de pele. A tatuagem tradicional japonês, chamada de irezumi é uma das mais conhecidas formas de tatuagens no mundo.





Em Samoa, onde a palavra tatuagem surgiu, a tatuagem é reconhecida como um rito de passagem necessário para os meninos adolescentes passarem para a vida adulta, sendo aceitos como membros dos aumaga (associação de homens jovens) e também passam a ter o direito de servir aos matai (os chefes). É uma experiência dolorosa e extenuante: uma ferramenta similar a um pente é embebida em pigmento e repetidamente martelada sobre a pele para formar as imagens, normalmente seguindo padrões geometricos. A tatuagem tradicional masculina em é chamada de pe'a. A tatuagem tradicional feminina é chamada de malu.





Essa ilustração foi feita a pedido de uma grande amiga, Mariana, para homenagear seus filhos, João e Matias. Nunca havia feito uma ilustração para se transformar em tatuagem, então fiz da forma que acredito que sintetize os sentimentos que unem mãe e filhos. O tatuador que se vire depois para pintar isso!

domingo, 9 de outubro de 2011

Kyudo!




Kyūdō, o caminho do arco, é uma arte marcial de origem japonesa onde se pratica o tiro com arco, sendo considerada sua mais antiga arte marcial, com as primeiras menções históricas datadas do século VII da nossa era.

Para os praticantes, os Kyudokas, atingir o alvo não é o mais importante, mas conseguir alcançar a estabilidade do corpo, da mente e do arco, em um desenvolvimento físico, moral e espiritual, já que sua utilidade como arma a muito já passou. Esse nome, Kyūdō passa a ser utilizado ao longo do século XVII, generalizando-se ao longo do século XX. Ao longo do século XX as técnicas de Kyūdō são unificadas para que o ensino possa ser padronizado juntamente com suas aplicações vindo a se consolidar nos anos de 1950s.

Existem federações de pratica de Kyūdō pelo mundo todo, inclusive no Brasil, que foi fundada no ano de 2007, no Rio de Janeiro, com filiais em Brasília e Fortaleza.

O arco japonês tem um significado cultural amplo no Japão. A sua utilização não se limita ao Kyūdō, sendo utilizado no tiro a cavalo, yabusame, e em cerimonias religiosas, principalmente no shintoísmo, nas atividades diárias de alguns mosteiros zen em cerimónias diversas como batizados e aberturas de torneios de sumô.

Os equipamentos e ambientes para a prática do Kyūdō são:

Arco

O arco japonês é chamado yumi, ele é muito longo com cerca de 2,20 m, sendo maior que o próprio arqueiro, que é chamado de kyudoka. São feitos de bambu, madeira e couro, utilizando técnicas que não mudaram em séculos, apesar de alguns kyudokas modernos usarem arcos feitos de materiais sintéticos como fibra de vidro e carbono.

Flecha

A flecha é chamada ya, tradicionalmente feita de bambu, e adornada com penas de águia ou de falcão. Atualmente elas ainda são feitas, em sua maioria, de bambu, mas podem ser encontradas em materiais como alumínio e fibra de carbono, com penas de aves mais comuns, tais como perus! Os arqueiros normalmente atiram duas flechas de cada vez, a primeira chama-se haya, a segunda otoya.

Luva

No tiro utiliza-se uma luva na mão direita chamada yugake. Esta luva é feita de couro, e possui um revestimento endurecido na região do polegar, além de um pequeno encaixe na sua base para que a corda do arco seja mais facilmente puxada. Existem diversos tipos de luva de acordo com o número de dedos que têm. A luva de três dedos (polegar, indicador e médio) chamada de mitsugake. A luva de quatro dedos (polegar, indicador, médio e anelar) chamada de yotsugake. A luva de cinco dedos chamada de morogake sendo a menos comum.

O Uniforme

O uniforme para a prática do Kyūdō consiste no Kyudo-gi, um tipo de kimono branco, no Hakama, uma espécie de "saia-calça" preta, no Obi, faixa, e nos Tabi, meias. Mulheres podem ainda utilizar o Muneate, um protetor para o tórax.

O Alvo (Mato)

Há diversos tipos de alvos em uso atualmente, mas o mais comum mede 36 centímetros de diâmetro, consistindo de uma moldura cilíndrica de madeira ou plástico com uma face circular de papel. O alvo é posicionado a cerca de 9 centímetros do chão, levemente inclinado para trás, sobre um anteparo de areia ou terra.

O Dojo

É o local onde se pratica o Kyūdō. Um Dojo padrão é construído para que grupos de 3, 4, 5 ou múltiplos de 5 arqueiros possam disparar juntos em alvos individuais, com movimentos coordenados. A distância entre os arqueiros e os alvos é de 28 metros.

O Makiwara

O Makiwara é um cilindro compacto de palha de arroz, colocado sobre um suporte de madeira, utilizado para a prática do Kyūdō em locais de pouco espaço. O arqueiro se posiciona a uma pequena distância do Makiwara.

A Prática do Kyūdō

O ato de se disparar a flecha no Kyūdō é dividido em 8 estágios fundamentais, conhecidos como o Hassetsu. Estes estágios são: Ashibumi, o posicionando os pés. Dozukuri, corrigindo a postura, Yugamae, preparando o arco, Uchiokoshi, erguendo o arco, Hikiwake, puxando o arco, Kai , Hanare, soltando a flecha e Zanshin, a "continuação".

Ao se executar esses 8 passos, há diversos fatores a se considerar, tais como: a postura do corpo, a empunhadura, Tenouchi, a maneira de se ver o alvo, Monomi, a respiração, a mira, o excesso de tensão dos músculos e muitos outros, cruciais no resultado do disparo. Como em toda arte marcial, no entanto, o mais importante é a prática e a perseverança.






domingo, 21 de agosto de 2011

steampunk!

Mais uma ilustração feita para os amigos do Reduto do Bucaneiro. A proposta era de uma espécie de andarilho acompanhado de uma criança e um cachorro, com um cenário ambientado no Reinos de Ferros. Reinos de Ferro é um sistema de RPG de natureza Steampunk.

RPG??? Reinos de Ferro?? Steampunk??? Que porra é essa???


conto n! =)



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ilha Grande!!


Ilustração feita a pedido do amigo Rafael Araujo para o blog Reduto do Bucaneiro!! Uma espécie de prisão em estilo vitoriano sobre uma ilha rochosa! Díficil não pensar em Alcatraz!
Alcatraz foi uma base militar entres os anos de1850 a 1930. Então foi comprado pelo o Departamento de Justiça dos EUA, e em1934, foi re-inaugurada como uma Prisão Federal. Funcionou por 29 anos sendo fechada em 1963, com o governo alegando que o complexo tinha um alto custo de manutenção, e não possuía a mesma segurança de uma cadeia moderna, e que era mais fácil e mais barato construir uma prisão nova do que melhorar as condições de Alcatraz.
Durante 29 anos, a prisão de Alcatraz nunca registrou oficialmente fugas bem sucedidas de prisioneiros. Em todas as tentativas, os fugitivos foram mortos ou afogavam-se nas águas da baia de São Franciso. Três fugitivos,
Frank Morris, e os irmãos John e Clarence Anglin, desapareceram das sua celas em11 de junho de 1962. Somente algumas provas foram encontradas, e elas levam a crer que os prisioneiros morreram, mas, oficialmente, ainda estão listados como desaparecidos e provavelmente afogados. Em 1979 foi feito um filme sobre essa fuga com Clint Eastwood chamado Escape from Alcatraz. Certeza que já viram na sessão da tarde! =)


O Brasil também já possuiu uma prisão em uma ilha! A famosa Ilha grande, no litoral do Rio de Janeiro. Foi construída originalmente no período imperial, destinada a abrigar pessoas doentes, portadoras de alguma enfermidade altamente contagiosa, principalmente cólera. Já no governo republicano, esse, logo passou a ter outros planos para o complexo da Ilha Grande.

A primeira proposta a surgir foi a de transformar todo aquele local em um enorme orfanato, destinado aos filhos de imigrantes, dos ex-escravos e da população pobre do Rio de Janeiro. A ideia não vingou, mas logo com a explosão da Revolução Constitucionalista em São Paulo, em 1932, Getúlio Vargas reabre o Lazareto, mas apenas para prisioneiros de guerra. Com a vitória getulista sobre os constitucionalistas, o Lazareto volta a ser apenas uma prisão normal. Em 1940, o Brasil entra na Segunda Guerra Mundial e o Lazareto é reformado às pressas. Para lá, foram enviados os presos que estavam na Colônia Penal de Dois Rios. Aquela prisão destinava-se agora somente aos presos de guerra.

O lance final da história do Presídio do Lazareto ocorre em 1963. Sob as ordens do Governador do Estado, Carlos Lacerda, todo o complexo é demolido após ser desativado. Resta apenas uma galeria, que fora escavada nas rochas, e o aqueduto.

Um local afastado, muito bem protegido, de difícil acesso e natureza hostil: na visão dos ditadores, o melhor local possível para a construção de um presídio para aqueles que deveriam estar o mais longe possível da sociedade. Assim, a Ilha Grande foi transformada em um local maldito.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Garotas selvagens 2!!


Mais uma ilustração sobre mulheres badass!! Dessa vez uma loira com um Colt 1911! O veículo fica pra proxima! =)

sábado, 25 de junho de 2011

CALENDÁRIO COMEMORATIVO DOS 80 ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NA CIDADE DE NERÓPOLIS-GO

No ano de 2009 participei de um projeto lançado pela Prefeitura da Cidade de Nerópolis para a comemoração dos 80 anos de Imigração Japonesa nessa cidade, o que aconteceria no ano de 2010. Estava programado diversos eventos associados à cultura japonesa e sua influência no município e região para marcar essa comemoração. Fui convidado pela professora Marley, para participar de um grupo de trabalho com o objetivo de desenvolver um calendário ou um catálogo para consolidar a data e ao mesmo tempo homenagear os imigrantes. Como o tempo era demasiado curto optamos pela produção do calendário. Participavam desse grupo diversos historiadores e pesquisadores que foram responsáveis por entrevistar os imigrantes vivos e seus descendentes e produzir os textos que vão sendo apresentados em cada data. Fui responsável pelo desenvolvimento visual do calendário. As fotos foram doadas pelas famílias de japoneses que viveram na região. Aproveito e posto o artigo escrito pela Professora Marley no VIII Congresso Internacional de Estudos Japoneses no Brasil/XXI Encontro Nacional de Professores Universitários de Língua, Literatura e Cultura Japonesa representando o Centro de Pesquisa em cultura Japonesa de Goiás, onde é explorado todo o desenvolvimento desse projeto.
Grande abraço Marley Sensey!

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Resolvi postar este artigo, no blog sobre a língua japonesa, por acreditar que o desenvolvimento dos fatos após a emigração dos japoneses para Goiás é de grande relevância para entendermos a atual situação do uso da língua japonesa neste Estado.
marley lima
CALENDÁRIO COMEMORATIVO DOS 80 ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NA CIDADE DE NERÓPOLIS-GO

(Centro de Pesquisas em Cultura Japonesa de Goiás-CPCJ)
ABSTRACT: The present task is result of a research realized between January and May 2010 by a group of investigators. It is part of a bigger project, planned by Professor Doctor Cecília Noriko Ito Saito, and titled “Collective Imagination: 80 years from Japanese immigration in Nerópolis”.
KEYWORDS: Japanese immigrants; Nerópolis-GO; Japanese immigration to Goiás.
1.Introdução
A pedido da Prefeitura da Cidade de Nerópolis foi elaborado no segundo semestre do ano de 2009, pela Professora Doutora Cecília Noriko Ito Saito, um projeto para a comemoração dos 80 anos da Imigração Japonesa em Nerópolis. Nesse projeto constava a organização de uma festa na Praça Central da Cidade, com exposição de fotos dos imigrantes, barraquinhas de comidas típicas, oficinas de origami, caligrafia japonesa, entre outros, assim como a elaboração de um material em memória dos imigrantes japoneses nessa cidade. Para esse trabalho, coordenado por mim, havia a sugestão da elaboração de um catálogo ou um calendário. No entanto, o grupo designado para a elaboração desse material interessou em trabalhar no desenvolvimento de um livreto. As reuniões para a elaboração desse trabalho iniciaram-se no dia 14 de janeiro de 2010 e logo em seguida começaram as entrevistas e coletas de dados. Após algumas entrevistas surgiram problemas de questões financeiras e o trabalho teve de ser suspenso por cerca de um mês. Ao retomar o trabalho, percebeu-se que o tempo, outrora curto para a realização do livreto, tornara-se impossível para a realização desse mesmo trabalho. Foi nesse momento que foi definido, em nova reunião, que o trabalho sofreria uma mudança de livreto para um calendário do ano de 2011, prevalecendo o mesmo conteúdo e sequência estabelecidos para o primeiro, ficando a ressalva de que posteriormente à elaboração do calendário seria retomado os trabalhos para a elaboração de um livro com o mesmo conteúdo. O trabalho do calendário foi concluído pelo grupo e entregue para a publicação promovida pela Prefeitura da Cidade de Nerópolis no final do mês de maio, para ser entregue na festa de Comemoração dos 80 anos da Imigração Japonesa nessa cidade, no dia 18 de julho de 2010. Para a realização desse trabalho foram utilizados instrumentos de pesquisas como: entrevistas com os primeiros imigrantes e/ou seus descendentes; entrevistas com moradores locais mais antigos; notas de campo; gravação em áudio; análise de documentos; e coletas de fotos antigas dos imigrantes. Para o trabalho de entrevista ficaram como responsáveis a jornalista Lorena Borges e o historiador Marcos Paulo de Melo Ramos, com o apoio do Designer Alexandre Rabelo para o registro fotográfico e de Marley Lima como contato entre o grupo e os entrevistados. Os historiadores João Paulo Silveira e João Patrício Araújo, assim como os demais participantes colaboraram nas entrevistas através de elaboração de perguntas. As entrevistas se davam de forma descontraídas com a participação de todos. Para a redação dos textos foi definido que cada um dos participantes escreveria um ou mais textos. Levando- se em conta o pouco espaço para a inserção dos mesmos foi definido que cada texto deveria conter cerca de 500 toques. Ficou como responsável pela uniformização e correção dos textos, a pesquisadora Tatiana Cavalcante. Ao longo de todo o período de pesquisa e elaboração, o trabalho foi submetido à Professora Doutora Cecília Noriko Ito Saito para avaliação e aprovação. O calendário foi dividido de forma que contasse a história dos imigrantes em ordem cronológica, ficando da seguinte forma:

Página
Conteúdo
1.Capa
Apresentação
3.Mês de janeiro
Japão
5.Mês de fevereiro
Vinda para o Brasil
7.Mês de março
Café em São Paulo
9.Mês de abril
História de Nerópolis
11.Mês de maio
O sonho da terra própria
13Mês de junho
O arroz e o feijão, as verduras e a feira
15.Mês de julho
Trabalho sem patrão
17.Mês de agosto
Iluminando a cidade
19.Mês de setembro
Encontro de famílias
21.Mês de outubro
Conseqüências da II Guerra Mundial
23..Mês de novembro
Flores aos Deuses e aos antepassados
25..Mês de dezembro
Educação
27.Pagina final
Agradecimentos e lista com nome dos colaboradores
Base do calendário
Créditos das fotos (parte inicial)
Calendário de 2012 (parte final)
O formato do calendário ficou assim dividido:
Base: 390x195mm, 4x0 cores em Supremo 350 g.; Miolo: 30 págs, 145x195mm, 4 cores em Couche Liso 145 g.; Corte/Vinco, com Wire-o, Plastificado=1 Lado(s) Base, Verniz UV Total=2 Lado(s) em todas as páginas.
2.História dos imigrantes japoneses em Goiás
Com base no trabalho de Mota (1992) e Saito & Mota (2008), em conjunto com as entrevistas com os imigrantes pioneiros, seus descendentes e os moradores locais mais antigos, pôde-se certificar alguns fatores muito interessantes acerca da presença dos imigrantes japoneses em Nerópolis, tais como: a influência dos mesmos nos hábitos alimentares locais, a cooperação no abastecimento de energia para a Cidade; a importância no surgimento da feira e do comércio local. Para melhor conhecimento desses dados será apresentado a seguir os textos originais publicados no calendário, juntamente com as fotos referentes aos mesmos.


APRESENTAÇÃO
Da chegada das primeiras caravanas de imigrantes japoneses à Colônia do Cerrado, atual Nerópolis, no início do século XX, até à contemporaneidade, inúmeros momentos marcaram a formação de um povo. Resgatar as lembranças desse trajeto intrincado e vitorioso tornou-se parte do cotidiano dos pesquisadores que participaram da produção deste trabalho. Diversas foram as descobertas que ocorreram espontaneamente no vislumbre das histórias guardadas nas imagens que, aqui, convidam-nos a uma cuidadosa apreciação. Parabéns, Nerópolis, pelos 80 anos da imigração japonesa! Prof.ª Dr.ª Cecília Saito.
JANEIRO – JAPÃO
A partir da segunda metade do século XIX, o Japão iniciou seu processo de modernização. E, em poucas décadas, a “Terra do Sol
Nascente” tornou-se uma grande nação no contexto capitalista. Contudo, o crescimento econômico do país não conseguiu acompanhar o seu crescimento populacional. Tal impasse social levou muitos habitantes do arquipélago a cogitarem emigrar (sair da terra natal) em busca de melhores oportunidades no exterior. E, inevitavelmente, as mudanças econômicas acabaram forçando a saída de vários grupos de japoneses rumo
a outros países. Destacou-se como destino inicial o Havaí, depois os EUA, o Brasil e o Peru.
FEVEREIRO - VINDA PARA O BRASIL
Em junho de 1908, o vapor Kasatu Maru atrac
ou em Santos trazendo a primeira leva de imigrantes japoneses. Esses imigrantes esperavam permanecer por uns dez anos aqui e depois retornar ao Japão, o que não ocorreu. Principalmente porque as informações acerca do Brasil, no exterior, nem sempre correspondiam à realidade.
Apesar disso, a partir de 1930, a imigração nipônica no país tornou-se intensa. Talvez pelo fato de que as companhias de emigração
japonesa responsabilizavam-se pela subvenção dos que aceitavam sair do Japão. Isso incluía não apenas o traslado dos japoneses, mas também a acomodação deles em colônias implantadas nas novas terras.
MARÇO - LAVOURAS DE CAFÉ EM SÃO PAULO
As primeiras levas de imigrantes japoneses foram recebidas com receio por governo e fazendeiros brasileiros. Mas também os imigrantes estavam receosos. Mal instalados em lavouras cafeeiras de São Paulo, deparara
m-se com idioma, costumes e hábitos alimentares estranhos aos seus. Não tardou para que a insatisfação dos japoneses com o salário que recebiam e com as condições em que viviam desencadeasse sérios conflitos com os fazendeiros. O que, não raro, culminava no rompimento do contrato firmado entre as partes.
Foram atraídos pelo sonho de cultivar café e por vantagens oferecidas por projetos governamentais goianos, que alguns desses desiludidos imigrantes chegaram a Goiás, por volta de 1930.
ABRIL - HISTÓRIA DE NERÓPOLIS
A história de Nerópolis remonta ao final do
século XIX, período em que o fazendeiro Joaquim Taveira estabeleceu-se na região, às margens do córrego Capivara.
Em 1898, a Matinha dos Taveiras, primeiro nome dado ao povoado, passou a chamar-se Campo Alegre. Anos depois, a instalação de um posto dos Correios no local e a existência de uma cidade homônima no Estado, exigiu que
o antigo povoado agora elevado à categoria de vila, recebesse novo nome. Assim, em 1918, Campo Alegre passou a ser Cerrado. Somente em 1936, a vila Cerrado tornou-se a cidade de Nerópolis.Foi quando Nerópolis ainda era a vila Cerrado que a colônia japonesa instalou-se ali, originando a designação Colônia do Cerrado.
MAIO – O SONHO DA TERRA PRÓPRIA
Quando chegaram à Colônia do Cerrado, no co
meço dos anos 1930, os japoneses buscavam terras férteis para o cultivo. Mas logo ficaram decepcionados com o que encontraram, já que as terras cedidas a eles eram impróprias para a produção agrícola.
Os resultados insatisfatórios das primeiras colheitas e uma forte geada na região acabaram de vez com o sonho de algumas famílias imigrantes que, por causa disso, partiram de Goiás rumo ao sul do país.
Os imigrantes japoneses que persistiram em atividades agrícolas no Estado plantaram café e arroz, principalmente. Contudo, o cultivo de hortifrutícolas foi o ponto forte da produção que era vendida na então vila do Cerrado, a atual Nerópolis.
JUNHO – O ARROZ E O FEIJÃO, AS VERDURAS E A FEIRA
A alimentação goiana, até meados de 1930, era baseada no consumo de arroz, feijão, mandioca e milho. Mas, com a chegada dos imigr
antes japoneses a Goiás, sensíveis mudanças ocorreram na gastronomia local. Assim aconteceu com Nerópolis!
No final da década de 1940, as famílias Massuda e Yoshida iniciaram a venda de verduras cultivadas nos arredores da cidade. A família Massuda montou uma banca próxima de onde hoje está o Grupo Escolar José V
alente, e Torao Yoshida, por sua vez, logo deixou a venda ambulante da produção de suas hortas para firmar comércio em uma banca na praça da matriz, aos domingos pela manhã. Estavam lançadas, assim, as bases da tradicional feira de domingo de Nerópolis.
JULHO – TRABALHO SEM PATRÃO
Após inúmeras idas a Nerópolis para vender os produtos cultivados em suas fazendas, alguns japoneses decidiram estabelecer-se de vez na cidade. E o desejo de proporcionar melhores condições de vida à família e estudo às crianças foram as suas principais motivações para isso.
Já adultos, vários filhos de imigrantes decidiram criar suas próprias fontes de renda por não gostarem de trabalhar como empregados. Alguns deles, em vez de venderem frutas e verduras na feira, abriram lojas como os antigos “secos e molhados”, onde era possível encontrar de tudo um pouco. Para abastecer seus comércios, esses descendentes chegavam a viajar mensalmente para Minas Gerais e São Paulo.
AGOSTO - ILUMINANDO A CIDADE
Foi apenas por volta de 1940 que Nerópolis recebeu o seu primeiro gerador de energia – movido a querosene -, que, mesmo usado somente por algumas horas no fim do dia, deixou a população deslumbrada. Mas, nos idos de
1949, o desgosto foi geral quando o gerador pifou. Para a sorte da cidade, havia lá um outro gerador de energia. Movido pela força da água, esse outro gerador havia sido construído por Kokichi Massuda para atender à sua propriedade rural e à sua serralhe
ria (a primeira de Nerópolis!), cujo maquinário também era movimentado pela água. Logo, a pedido do Prefeito, o gerador de Kokichi passaria a abastecer a cidade com sua energia até que o outro, de querosene, voltasse a funcionar.
SETEMBRO – ENCONTRO DE FAMÍLIAS
Mesmo morando em fazendas vizinhas, algumas
famílias japonesas normalmente passavam meses sem se verem. Suas crianças, entretanto, mantinham contato frequente entre si, já que estudavam todas no Grupo Escolar José Valente, na zona urbana de Nerópolis.
Mas isso não quer dizer que os pais dessas crianças nu
nca se encontrassem. No começo de cada ano, as famílias japonesas que moravam nos arredores da cidade seguiam uma tradição trazida do Japão: visitavam a casa uns dos outros levando consigo comidas orientais típicas para o encontro. Aqueles que recebiam as visitas também tinham a mesa repleta. E essa troca de cumprimentos pelo ano que começava prosseguia por todo o mês de janeiro.
OUTUBRO – CONSEQUÊNCIAS DA II GUERRA MUNDIAL
Durante a II Guerra Mundial, os japoneses que estavam no Brasil sofreram represálias devido ao posicionamento do Japão no cenário político internacional. Considerados suspeitos, eles não podiam viajar sem autorização ou andar em grupos.
Um dos imigrantes mais antigos de Goiás relembra um episódio, ocorrido nesse período, quando o prefeito de Anápolis resolveu convidar várias famílias japonesas para uma reunião. Segundo ele, ao chegarem à cidade, as famílias hospedaram-se juntas na mesma pousada e acabaram presas. Foi preciso uma intervenção do anfitrião para que o grupo fosse liberado.
Na mesma época, os japoneses também foram obrigados a entregar as armas que possuíam ao governo brasileiro.
NOVEMBRO - FLORES AOS DEUSES E AOS ANTEPASSADOS
A religião japonesa – fruto do rico sincretismo en
tre Xintoísmo e Budismo – crê que, ao nascer, o homem recebe o michi (“Caminho”), sua “missão na Terra”. Segundo esse princípio, é por meio da força de vontade, do exercício da virtude e da busca por sabedoria na realização de seu michi que o homem aproxima-se da Pureza e da Plenitude. Nesse percurso, ele precisa reconhecer que a natureza deve ser respeitada e reverenciada.
Para os japoneses, também merecem resp
eito os antepassados. Estes são reverenciados em cultos domésticos realizados em pequenos altares nos quais há oferta de alimentos e flores a eles e aos Deuses – tradição japonesa mantida em algumas famílias de descendentes brasileiros.
DEZEMBRO – EDUCAÇÃO
Os japoneses dão muita importância à educação. Por isso, existe entre eles o seguinte lema: “Benkyō wa shigoto” (“Estudo é trabalho”)
. Esse cuidado com a educação dos filhos sempre foi notável nos imigrantes que vieram para a cidade de Nerópolis. Seus filhos estudaram primeiramente na escola da zona rural e, depois, no Grupo Escolar José Valente, localizado na zona urbana da cidade.
Finalizada a etapa de estudos no Grupo Escolar José Valente, alguns imigrantes enviaram seus filhos para continuarem a carreira escolar na cidade de Goiânia. Nessa época, muitas famílias deixaram a cidade de Nerópolis e mudaram-se para Goiânia em função da continuidade dos estudos de seus filhos.
3.Conclusão
Apesar do pouco tempo para a elaboração desse trabalho, concluímos que foi possível inserir em pequenos textos e algumas imagens o resgate da memória dos imigrantes japoneses que direta e indiretamente colaboraram para a história da Cidade de Nerópolis. Espera-se, a partir de agora, poder dar continuidade à pesquisa para a elaboração do livro em memória a esses mesmos imigrantes, podendo assim deixar registrado nas bibliotecas escolares a influência da comunidade japonesa no Estado de Goiás.
RESUMO: O presente trabalho é resultado d
e uma pesquisa realizada durante os meses de janeiro a maio de 2010, por um grupo de pesquisadores, para compor o projeto elaborado pela Profª. Drª. Cecília Noriko Ito Saito, intitulado de “Imaginário Coletivo: 80 anos da imigração japonesa em Nerópolis”.
PALAVRAS-CHAVES: Imigrantes japoneses; Nerópolis-GO; imigração japonesa para Goiás.